27 novembro 2009

perfil de orkut

Eu sou eu. mil-em-mil."milágrimas"

Eu canto/bordo/sambo um pouquinho/leio-releio-não quero chegar ao fim (leio poesias em voz ALTA)/ adoro fotografar-brincar com as imagens - / ainda choro ao ver crianças "de" rua, velhos e loucos -" Meu" Basquiat que o diga!
/// Me estresso, estremeço/ me lanço/ recuo. SAIO DE BANDA.
///adoro doces, detesto quiabo.
//amo um amor infindo em perfeita zona de conforto ///
adoro meus filhos - o suficiente para vê-los lançados ao mundo em suas buscas particulares e desnecessárias de mim.//
escrevo/rasgo/queimo...
adoro os bebês que chegam/ choro muito pelos que se vão///
Tenho muitos amigos de verdade, sinceros, inteligentes, engraçados - e cheios de defeitos quando ficamos juntos por mais de2 dias ///telefono,ligo, escrevo, mando cartas, teço fios de permanências//tenho raiva da indiferença, da falta de consideração - mas sigo em frente///
Adoro minha cidade, odeio sua verticalidade. Adoro o céu de Sergipe.
Adoro Sampa final de semana./// Sei que o Rio continua lindo...e
sei que tudo é breve ---- breve como um perfil.

24 outubro 2009

faculdadezinha

é assim. nao tinha trampo/ hora de escolher uma faculdade/meu pai promete ajudar/minha mãe fica com a conta/ já tenho filho pra cuidar/ um ano desempregada/arranjo um emprego há exatos 24 dias pra encerrar o semestre. perco semestre, mas nao perco o emprego.
perdemos exatos mil-setecentos-e-cinquenta-reais ! aulas ruins/tempo/ perdido.ô faculdadezinha !

3º Sarau Caiçara. 18/10/2009

Quem foi até a Pinacoteca, para o 3º Sarau Caiçara , pode se encantar com aquela moça que foi chegando, apresentando seu livro, falando um pouquinho e convidando  os pré-adolescentes para dançar... Foi uma celebração, um ritual, uma energia fortíssima... e ela ainda "passeou" por outros espaços da Pinacoteca, numa ciranda-andante...Todos curtiram, todos se emocionaram...  Gilberto Mendes falou que quase saiu dançando...
Quando cheguei em casa, nao resisti e fui pesquisar - quem seria aquela menina-oxum descalça no salão da Pinacoteca???  e descobri:


 Kiusam de Oliveira é  pedagoga, bailarina, coreógrafa, Doutora em Educação e Mestre em Psicologia (USP), atua como gestora pública na Secretaria de Educação de Diadema, arte-educadora ministrando oficinas sobre empoderamento feminino a partir da pedagogia da afrodescendência através da Dança Mítica dos Orixás... Quer mais? Tb participou do show de Rita Ribeiro,  representando Oxum, na música É d Oxum. ! e ainda escreveu um livro  ! É ver pra crer!

 MARAVILHOSA  !!!!!!!!!!!!!!!!



http://pretakiuagita.blogspot.com/


Omo-Oba - Histórias de Princesa.

Preço: R$ 28,00



pedaços// - A Partida

cinzas ao mar -jan 09

"pedaços" - pra copiar-colar depois


Sexta-feira, 20 de Maio de 2005 23:41

!!!!o pobreza !!!!! to tão na pinda que num tenho nem pro pão !!!!!nem pro correio !!! mas to lendo  muito e esqueço essa vidinha mediocre !!!! viajo..
sabado tb to cheia de coisas na agenda, o principal é ver meu amigo stamato no hospital e lhe dar varios beijinhos em sua bochecha magrinha, pálida mas desejosa de beijinhos das mulheres !!!!!!  e vou na minha irmã, e etc.
domingo, nao sei...

Termino de assistir A Partida. japonês. lembro do meu amigo Ôsvaldi me entregando o filme e dizendo -"é lindo, minha linda,é lindo". 
Tratar a morte como apenas  mais uma dor - que passa. certificar-se que nos redimimos ali,  ao partir- quem fica, quem vai. Saber que vivemos num grande universo-templo-de-perdão.
A morte tem aparecido bastante, e sincronismo ou não, após o filme,  - achei  um pedaço de um e-mail(acima)...e lá se vão 4 anos !

Mas tá cheio de mulher barriguda tb. E hj, até comprei um sapatinho de crochê pra dar de presente... é o jeito de recomeçar... 

23 outubro 2009

balas ------------------------ leite

A mulher catava todas as balas no chão.
Para trocar
por leite!

BALAS ! !!!!!!!!!


Brasil, Rio de Janeiro - 22/10/2009

ilha


nem tão azul
nem tão claro
nem tão de perto
nem tão de longe
nem tão cheia
nem tão onda
nem tão minha
nem tão tua
nem nossa
nem deles.

apenas  ilha
em meus olhos.

descoberta

é preciso adoecer, tirar licença e perceber o quanto de coisa boa a gente faz - infelizmente doente - ler, ver filmes, escrever, ficar de verdade com alguns amigos, ficar pau-sa-da-men-te na janela, vendo o tempo passar, sem pressa... como faz pra ter esse tempo sem ser escravizado pelo sistema?

respostas para o e-mail: isabelnascimento10@yahoo.com.br 


ou 
se vc tiver tempo , me responda - aqui, agora ! na lata!

fuga

Tudo que ele fazia era justamente o oposto do que desejava. 
E todas as noites dormia com  duas mulheres.Acordava apenas com uma
A outra escapava-lhe em sonhos...

especulações sentimentais na cadeira do dentista

enquanto o dentista arranca o dente, que estava tão dificil , tudo passava em sua cabeça - o amigo que suicidou-se no dia do seu aniversário, o  outro amigo que morreu (tudo esse ano) , o caderninho de poemas que nao veio, as perdas - entre tantas - o que era um dente? a filha que tinha acabado de arrancar 2 dentes de uma vez só? a dor, a raíz da dor? onde era a dor maior? naquela boca? na alma? no coração? o que faria da saudade, da tristeza, da angústia?? deveria chorar como sempre chorava no dentista?que trauma de infância ,o que?!! já era uma senhora,  resolveu ser forte, pensar em coisas piores, deixar o dentista trabalhar, reclamou de dor de novo,mais 2 anestesias, enfrentou sem uma lágrima, lembrou da mãe morta, e por um momento pensou que sua arcada superior ia se quebrar em mil pedaços, que o dentista ia quebrar sem querer outros dentes, lembrou dos dentes lindos dos filhos, lembrou que nao quer ser uma velhinha banguela, mas que também entende por que velhinhos nao cuidam mais dos dentes - não querem mais sorrir, a morte fica ali na frente ,então eles ficam sérios,tentando enganá-la...
quando tudo acabou , pagou, foi pra casa e ficou sentada em frente a televisão -quer melhor anestesia? dormiu, sofreu mais um pouco com dor, acordou no dia seguinte com o corpo todo dolorido e a sensação que perdera uma parte de si, mais uma, visivelmente localizada na arcada superior, doía-lhe o seu não-dente !

Minha vó

A velhinha olhava pra mim
com olhos secos de esperança
 cabelinho tonhonhoim branco e cinza
pele enrugada
e corpo  inerte sobre a cama.
e a cor negra, curtida ao sol,
clareando, clareando, clareando de tanto quarto e luz de janela.



Via a missa através de um vidro(Via - não assistia)

por misericórdia, quando alguém a levava de carro -

- Seu passeio além-casa.
Histórias - apenas ouvia, nada mais possuía..
A vida resumida a esperar... 
Um dia após o outro !
Eita, vida , meu deus !


dizia

ele sempre dizia
dizia das madrugadas perdidas
em colos com datas de validade
vencidas!

29 setembro 2009

18 setembro 2009

14 setembro 2009

Noiva em


a noiva. a festa.

os deuses.


saudade-remota



é um cheiro, é uma data, é uma cena.
aí a gente lembra - da conversa, do riso, do encanto, da inteligência e
de um certo espanto.

Luis Brasil era um artista. Um anárquico. Um boêmio. Um educador nas ruas.
e bebia. Bebeu-se tanto em vida. Tornou-se lenda. Foi entregando-se. e ...

enfim... sua arte, rápida-ligeira-rasteira.

Vendia uma obra, dava outra .
Depois que o conheci, lhe escrevi uma carta, pelo seu aniversário...
E ele então me respondeu :

Me escreveu cartas lindas, imensas, do tipo que eu gosto.
Me mandou uns desenhos, umas obras, humildemente pedindo pra eu levar aos amigos artistas daqui pra avaliar o trabalho, comentar, essas coisas... Eu, muito egoísta ou ingênua, guardei os trabalhos pra mim, como se fossem um tesouro...e o envelope vive na estante da minha sala - bem como a foto que temos juntos. E às vezes dói !

Luis Brasil Manoel Gaudêncio Reseres Goulart Filho. 1942 * 2006

31 agosto 2009

MIX-de- SAUDADE

vem cá que vou te contar da minha saudade de tudo que fui perdendo pelo caminho
vem cá que vou te falar das cenas, dos cheiros, dos risos, das brigas, dos olhares, dos desejos, dos filmes, dos livros, das músicas, e de tudo o mais.
vem cá que vou te contar que aqui de cima você fica mais bonito
e aqui no branco é muito mais poético.
pra isso serve a saudade - pra escrever e ficar assim - misturando tudo dentro do peito.
vem cá que a vida é breve e já passou um bocado de tempo.
e ainda assim, quero te contar que ontem, num passado remoto, quando vc se foi, de morte ou despedida vã
tocou aquela música tristíssima .
e no velório real nao deixaram teu outro amigo em paz.
e a mim, viram uma moça de saia e tenis all star chorando na calçada.
vem cá, disfarça, faz de conta que...

19 agosto 2009

madrugadas

perdera a mulher, um filho, mandou o patrão tomar no

viajou, sumiu

perdeu o resto do dinheiro da familia

perdeu a familia.

perdeu os amigos

perdeu a mulher amada

perdeu-se de si.
perdeu a inspiração.
perdeu a vida.

Zé era um homem simples. Zé bebia muito, caía, sumia, dava um trabalhão pra familia. Zé teve filho, mulher ,netos. Zé passou pela minha lente e lá permanecia em seu criado mudo- uma foto dos dois, sorrindo, pra eternidade... Zé é meu primo . Há tempos não o via. Há tempos a foto ficava lá, esperando meu telefonema, minha carta, algo assim. Agora Zé morreu - nem a mãe pode ir ao seu velório. Nem eu. Se eu viajasse pra sua casa, iria colocar os olhos em nossos olhos naquela foto parada no criado-mudo - mudo à espera... Mudo.

17 agosto 2009

niguém dá a mínima

fragmentos pós escrita do bruno.


queria nao mais ser funcionária pública, militante de uma área(educação) onde ninguém dá a mínima, nem o álcool, nem o sabonete líquido, nem a banana de sobremesa. to cansada!


mas, sou Isabel anonima nascimento. professora. nao tenho tempo pra escrever. nem álcool pra desinfetar as mãos inocentes das crianças- filhos de traficantes e sistema inoperante. e desinfetar as mãos de um patrão corrupto!

chega. FIM

15 agosto 2009

dia de sorte

moço, desculpa, mas eu não sabia que isso era invasão, né? não, não éra o meu nome no envelope, eu sei, mas óia só - o patrão nao tem aquele cartão - eu sei- ele recebe só carta de um banco. então, sabia que era propaganda. e abri o envelope, por que as veiz vem um calendarinhu, uma figura bonita de um pai abraçando filhu, sabe, eu recorto e coloco lá na porta da minha casinha. aí nesse veiu um cartão tipo raspadinha e tava escritu BOA SORTE e dizendo que se raspasse e fosse premiado ganhava um dvd. tres trevinhos e ganhava um dvd - claro que eu achei que nao ia ter os 3 trevinhos e raspei. aí tava lá - os 3 trevinhos.e eu fiquei um pouco nervosa - e agora? meu patrão precisa saber que ganhou um dvd. mas aí,lembrei do patrão dizendo que a gente tem que saber ler - que não é só decodificar(eu decorei essa palavra, pedi pra ele escrever e ainda expliquei pra vizinha). então eu resolvi ler devagar e tava assim - o nome do patrão e as palavra toda:
fulano(é, nao posso dizer o nome do meu patrão aqui)
HO-JE - É- SE-U DI-A-DE-SORTE. VO-CÊ PO-DE TER UM CAR-TÃO tal (não pode falar o nome do cartão) PE-LA-ME-TA-DE-DOPRE-ÇO . SE VO-CÊ ENCONTROU OS 3 TREVOS(era esse meu caso e do patrão), PA-RA-BÉNS! PA-RA-RE-CE-BER-SE-U-PE-PE-PRE-SEN-TE PEÇA O CAR-TÃO, FA-ÇA -UMA- COM-PRA-DE-CUAL-CUAL-QUER-VA-LOR-EM-ATÉ-30-DIAS-E-O-APA-RELHO-SE-SE-RÁ-ENTRE-GUE -NO-SEU-EN-DE-REÇO.
aí,moço, eu li de novo por que tava in dúvida. e me perguntei(por que não tinha ninguém do lado pra perguntá,né) - então tenho que ter esse cartão pra ganhar o dvd? então não é de verdade o que escreveram antes? se eu raspasse ganhava? então meu patrão não ganhou nada mesmo e ele tem razão quando fala pra não acreditá mas propaganda.precisa pensá muito,e le direitinho e le di novu.
então eu pensei- ufa que ele não ganhou o dvd - que dia de sorte o meu! por que como ele ia entender que eu já sei que ele só usa 1 banco e que eu gosto das figuras e dos calendarinhu que vem dentro das propaganda?

08 agosto 2009

justiça silenciosa


a arma. a linha da máquina. a chuva. a mulher. a mulher com a criança - a mulher ou a bolsa.
a mulher com a criança. a mulher sem nada na bolsa. o animal - um estupro. a criança. a violência, a violentada. nem Deus passou por ali. nem o anjo da guarda de plantão. nenhuma pessoa. o lugar errado, na hora errada, com um ser humano - errado.

o distrito. os exames. a vergonha- a coragem. a notícia. retrato falado.
a Imprensa
a Justiça (?)
o morro à procura. o bairro debaixo também.
dois bairros inteiros prontos pra acabar com a sua raça !

pra combinar

assim que te olho:
de rabo de olho

cacos de vidro

como alguém que quebra sem querer um pote de vidro/
com algumas sementes dentro
e tenta limpar -

pa ci en te men te

todos os objetos atingidos pelos estilhaços.
cada objeto foi retirado para poder observar se há caquinhos de vidro: atrás, nas laterais, na caixa mais escondida - estilhaços.
e daqui um tempo quando limparmos esse espaço, puxarmos essa caixa veremos um estilhaço ali, quietinho, se não o vermos poderemos até nos machucar e...de onde vem esse caco?
se não olharmos com atenção, varreremos , passaremos um pano e ao torcê-lo, perceberemos um caco de vidro com um tamanho tão minúsculo furar-lhe a pele. talvez lembre do pote de vidro quebrando. lembrará que o pote de vidro ainda teima em seus cacos, do assombro sem susto, mas do corte e do incômodo que ainda provoca.

04 agosto 2009

telefonema tardio

-paaaaaaaaaammmmmm
-oi-quero falar com a
- ela nao mora mais aqui.
-como faço pra falar com ela agora?
- só morrendo, moço, só morrendo.

20 maio 2009

Morte-amizade e poesia

acabo de receber a notícia que um grande amigo meu morreu.
Infarto fulminante.
em mim, uma dor fulminante também - um pedaço de mim vai com ele.

Ficam saudades de alguém que era poeticamente apaixonado pela vida - e teve tantas paixões, e ironicamente, morreu do coração.
Mas..não é aí que aloja-se o mais forte sentimento???

Não bate mais o coração de meu eterno amigo poeta...Em mim , em meu coração, fica um amigo e sua risada, e nossas andanças pela Praça José Bonifácio abraçados, nosso café, nossos sonhos em comum - um grande amor... e aquela vez que ele me mandou um girassol lindo de presente !!!
Na adolescência ele já me entregava seus poemas pra eu ler e dar meus pitecos.
Agora ele me entrega um pedacinho de sua alma pra ficar comigo, pro resto da minha vida...


Por que morrem os amigos????



17 maio 2009

VIRADA CULTURAL SANTOS - SP - DOMINGÃO, SEM FAUSTÃO !!!


CIRCO NOSTROS, OURO VERDE, FAROFA CARIOCA, DONA IVONE LARA !!!

Alimento pra nossa alma essa tarde no centro de Santos, na Praça Mauá!!!

10 maio 2009

A mídia mostrou...mas quem lê essa "Mìdia"?

O Caderno Mais, da Folha desse domingo , escreveu - e eu li - uma ONG de médicos paulistas, viaja ao Amazonas, montam um verdadeiro aparato hospitalar e operam, em sua maioria, cataratas e hérnias de disco de índios. No jargão da saúde pública isso se chama "resolutividade". Ficam em média 8 dias, num quase total de 300 operações. Os índios entregam suas almas e seus corpos ao homem branco para esses ajudá-los a sobreviver na floresta. A missão acontece duas vezes por ano e conta com doações, empréstimos de tudo que é possível. A idéia da expedição iniciou em 2002, através da observação de Ricardo Affonso Ferreira(ortopedista) e um grupo de amigos da precariedade de algumas regiões, e em 2004 fizeram a primeira caravana .
A matéria me impressionou não tanto pela logística maluca que isso requer, mas por descobrir que ainda temos pessoas, médicos, que ainda teimam em respeitar o juramento de Hipócrate ao qual eles juraram um dia.




www.expedicionáriosdasaude.org.br
o vento noroestea ressaca do marcalçadão em viéschapéu de solflores vermelhas que nunca soube o nomeestátua do Saturnino aqui pertinhoestátua do Vicente de Carvalho de costas pro margonzaga dos cafés eda Praçaa linha da máquina e seu trem tão pobreo porto e suas mulheres mortascinemas de maurice, miro e juraprédios tortos e vivos em meu coraçãominha ilhade urubus e cobrase alguém explicando a formação do voo dos urubus(seria isso?)morro do asa deltamorro das crianças do pacheco e a tropa de elite daqui(e a tristeza e as avós mortas de meus alunos)surfistashomens voando no ceútudo tão longe, longe, longe..................minha cidade escorre de mimcomo a areia da praiaem minhas mãos numa noite qualquerJosé Menino do Zé MeninoJosé Menino do Pão de Açúcardo emissáriodos surfistasda Urubuqueçaba que" tem um dono, é particular, você sabia?"
Não , eu nao sei de mais nada, preciso reaprender.

reaprender a desviar de ti, por entre ruas, café, e praças...
o vento noroeste
a ressaca do mar

calçadão em viés
chapéu de sol

flores vermelhas que nunca soube o nome
estátua do Saturnino aqui pertinho
estátua do Vicente de Carvalho de costas pro mar

Gonzaga dos cafés e
da Praça

a linha da máquina e seu trem tão pobre
o porto e suas mulheres já mortas
cinemas de maurice
poesia de Narciso

prédios tortos e vivos em meu coração
minha ilha
de urubus e cobras
e alguém explicando a formação do voo dos urubus(seria isso?)

morro do asa delta
morro das crianças do pacheco e a tropa de elite daqui
(e a tristeza e as avós mortas de meus alunos)

surfistas
homens voando no ceú
tudo tão longe, longe, longe..................

minha cidade escorre de mim
como a areia da praia
em minhas mãos numa noite qualquer

José Menino do Zé Menino
José Menino do Pão de Açúcar
do emissário
dos surfistas
da Urubuqueçaba que" tem um dono, é particular, você sabia?"


  1. PRA MIM MESMA
  2. O QUE NÃO É PRA MIM

07 maio 2009


dormia

acordava

pensava

chorava

escrevia

fotografava


e ainda

acima de tudo

ainda o amava


mas ele:

- nao ligava

nao escrevia

não a amava mais.

03 maio 2009

prisioneiro de si
em uma rua qualquer

fora de si
numa prisão de dois

em busca de si

de letras e paixões e luas e

nenhum encontro.

escurecia. desceu do ônibus. prédio antigo. nenhuma lembrança. a mulher havia morrido. a mulher havia lhe deixado uma caixa - impronunciável era o nome escrito na caixa - um amor impronunciável. um amor esquecido,um amor abafado. um amor entre papéis, escadas e festas. amor imaturo. amor dividido. amor por entre tortas vigas pequenas, entre tortuosas visões verticais - qual sonho povoaria aquelas inúmeras janelinhas? vagou por entre as ruas escuras, sentia frio. sentia medo. barba por fazer, fome, sede, sentia-se verdadeiramente perdido no meio do seu caos-tão-comportadinho. em confronto com o caos externo. um morador de rua chegou perto e pediu cigarro - ele também precisava de um. ele também se sentia um morador de rua, ali não era sua casa. ali era a possibilidade do que poderia ser. chorou de medo, de tristeza e solidão. pegou a caixa, abriu e ao ler um poema, sentiu-se um pouco jovem. apenas isso já valia a pena.

Pretensas palavras


e


especulações sobre o mesmo tema






escuros de mim


aborto-me em emoções, tijolos e giz de lousa


tijolos e cruz


coisas que ficam


que não desaparecem


que nao vão embora nem de ônibus nem de avião


pedaço de mim-de-ti-de-vidas - devedoras


indevidamente colocadas em caixas


indevidamente instalada numa outra casa - qualquer


num estado - de embriaguez - qualquer




então finja que é feliz


eu finjo que acredito

20 abril 2009

sou um "vasto querer"
múltipla em mim
em meus devaneios
em minhas dores e alegrias
sou aquela que acompanha
pau-la-ti-na-men-te
o sonho imerso da alegria.
Tenho olhos pras flores, pras cores
ouvido pras canções, pras vozes
mãos para o trabalho.
Não possuo mais um coração - em seu lugar - um cartão de memória retirado
e perdido .
Sou agora minha memória interna.

14 abril 2009

era um moço tão lindo
e pensava que não era
tudo lhe doía
inclusive a primavera.
pensava em morrer cedo
pra dor da alma parar
pensava nos desprazeres
maiores que seu alegrar.
fiquei pensando no moço
e seu olhar verde-mar
um dia o convenço que a vida
nao demora muito a passar.
enquanto a vida não passa
enquanto seu prazer é breve
ouço a canção que diz
"quero que você me leve, leve, muito leve...'
pensou tanto
acordou cansada
aquele não era mais o homem que casara.
abriu os olhos e percebeu que eram três,
sempre os três
principalmente na cama.
Percebeu que havia uma mulher
e isso era inadmissível.
perguntado, o homem disse calmamente:
- Eu trago-a sempre,
você nao quis vê-la ao nosso lado.

Foi uma dor de traição e ciúme,
tão grande, tão triste, tão funda, que
raspou careca
e vaga pelas ruas com um monte de cachorros e gatos moribundos.
tão ciumenta ela era
que ele enviuvou.

03 abril 2009

- eu te olho pelo olho mágico e vc.........

- EU TE VEJO COM UM OLHAR TRÁGICO !

aquele gosto estranho

de quando a gente procura
e vê oque nao queria

o gosto de um passado café requentado
de coisa que nem se sabe querer mais

o gosto que te atrapalha o novo sabor
o novo sabor que tem cheiro de noites e notas musicais
e risadas e gozos coloridos.

o gosto que te atrapalha viver
talvez pq vc nao tenha mesmo é escovado os dentes da alma.

entao faz assim:- se recolhe, faz faxina,
banhos de jasmim
e vai de novo ao cheiro bom, sentir o verdadeiro gosto que lhe chama,
sem medo, sem censura.

e depois me conta.

02 abril 2009

a outra veio e catou o homi.
vixe, qui distinu
.
o q importam pixels?
eu vejo a Lua.
OS MAMELUCO


ÔNIBUS PARA SÃO PAULO COM SEGURO $ 16,40


METRÔ IDA E VOLTA - $ 4,80

(ou 5,60?)

ENTRADA NO CAFÉ PIU PIU $ 10,00


SMIRNOF ICE -$7,00
CHOPINHO - $5,00


VER OS MAMELUCO


OUVÍ-LOS


ABRAÇÁ-LOS


FOTOGRAFÁ-LOS...................................NÃO TEM PREÇO !!!!
MEU CORAÇÃO
É DA MÚSICA
É DO SAMBA.

COM A MÚSICA
COM O SAMBA
MEU CASO DE AMOR

É MENOS COMPLICADO .




31 março 2009

que coisa mais difícil escolher o "preferido" , como a gente escolhe o "melhor amigo", o melhor amante, o melhor filho, o melhor doce? tudo se aglutina dentro da gente,e as preferências passam a ser por ordem de chegada - agora vc esta aqui , meu querido, te amo tanto, daqui a pouco outro estará. ou então - toma-te - cresce em corpo,em alma e me arrebata e me cresce em tamanho gigante, de tal forma que tudo continue menor em mim, ou que ao menos você consiga cobrir com seu tamanho, que seja imensidão e eu nao enxergue através de ti outros que virão. mas delicadeza nesse crescer, me deixa perceber as pequenas magias , alegrias, delícias dos outros, mas faça você a marcação cerrada com esse corpo que busca tantos em ti.

26 março 2009

álbum do orkut de uma ex-aluna:

fotos da cidade que viveu, fotos da casa, fotos da vista do seu quarto...


tão jovem, e ja com saudade de um espaço físico que lhe pertenceu...creia, tenho saudades de tantas casas, me mudei tantas vezes, me apeguei em todas, sabe pq?? pq nossa energia fica lá, atravessando paredes, atravessando a matéria... o que nos encoraja a seguir é saber que mudar é bom, que nada é permanente...e que ... Dias melhores virão... em outras casas, em outros espaços, e muitas vezes, com outras pessoas.. .
Certa vez, passando por uma casa onde tinha morado há mais de 20 anos, estando em obra,pedi autorização para os pedreiros, expliquei que ja havia morado lá, há tanto tempo... subi, e lá chegando, tudo já com outra configuração - externa, mas eu via somente a casa que eu morei - o sofá, a estante, o banheiro bagunçado, o cachorro deitado num canto, entrei nos quartos - as camas, e era como se eu entrasse num túnel do tempo e via meus amigos entrando, saindo, falando - parecia uma piração - eu "escutava" mesmo...
a emoção tomou conta de mim, fui saindo de mansinho, antes que eles pensassem que eu estava louca...
e estava : louca de saudade de uma casa, de um monte de amigos, de uma vida que me pertenceu... e que guardo no baú da memória afetiva.

19 março 2009

17 março 2009

eu roubo pra mim mesmo pedaços do que escrevo pros outros, afinal, eu mesma escrevi...



minha falta de "inspiração" está colada numa tristeza imensa hj,
nesse momento pelo menos.
o bom é saber que tudo passa.
mesmo a nostalgia mais nublada e a vontade insana de ir embora pra Pássargada !!!


faria parte de um poema, de um texto, de uma declaração.
faria - pretérito im-per-fei-to.

faria mesmo um poema
se tivesse inspiração.

com dor, saudade e nostalgia
a gente escreve qualquer bobagem.
nenhuma mulher pode parir alguém .
esse alguém ja vem parido? é construído?

preciso ler as teorias, então...

imaginei que paríssemos humanidade, desejos de felicidade, filhos bons, guerreiros, alegres...
parir, imaginei um dia, deveria ser assim, não é???

mas quando vejo aquelas carinhas de anjo na maternidade
quando vejo aquelas carinhas e aqueles olhinhos tão pequenos
e pego em meus braços alguns, e sinto uma energia tão forte, ao mesmo tempo tão doce
sinto tanta esperança..

mas...pode ser que esteja carregando nos braços Bush, Fernandinho Beira-Mar, Idi, Hitler
e tantos que existiram, que existirão...

mas esqueço por completo , quando vejo o próximo bebezinho,que acabou de nascer.
acho lindo,doce, e que traz toda a esperança do mundo.
lá estavam as irmãs: velhinhas, deitadas
um avc atravessou a vida das duas
as colocou num quarto
cara-a-cara.

e porque nao podiam falar
se olhavam, choravam e dormiam.

se sonhavam??se pensavam??oque pensavam??
só deus sabia.


Para Josefa, minha vó e Noélia,minha tia vó - duas mulatas faceiras transformadas pelo tempo,pelo vento, pela enxada, pelo engilhamento da pele, pelo avc.

Minha vó tinha uns vestidos coloridos, gostava de baile e tinha muitos namorados.
Minha tia Noélia gostava de se encarolar pelas igrejas, toda aprumada em suas rendas , e por onde passava - suspiros .
em pensar que as crianças poderiam ir tranquilamente caminhando até o refeitório, até o parque
ou simplesmente irem ao banheiro sem pedir
brincarmos a tarde toda no parque
desenharmos, nos deitarmos numas almofadas, numa rede, ler histórias uns aos outros
pesquisar quando desejar ou precisar...
ler poesia, ouvir águas de março com elis, com tom, cantar sem tom
brincar de massinha, fazer um bolo nega-maluca
fotografar, filmar, colocar no cd, nos vermos na tv, rir bastante...
e nao chorar pq a mãe ta demorando.
nem ficar triste pq tem que voltar no dia seguinte...

trazer as fotos pra gente ver
trazer um pai pra tocar violão, uma mãe pra cantar
um vô pra se deleitar

e mais milhões de coisas gostosas, legais...
tudo num lugar chamado escola.
e no final, falar simplesmente - tchau BEL ! amanhã eu volto!
  • de carne e osso
    alma e poesia

15 março 2009

MInha lembrança de lá :
- uma janela de chita, minha vó deitada e uma lágrima com sabor de morte, um quintal com uma outra velhinha à minha espreita -"quem é essa menina, comadre josefa? é filha de Helena, é? e que fim levou Helena..??"
Helena não tem fim, sou eu, meus irmãos, meus filhos ...A terra me espera, à espreita de novidade...Eu vou.

13 março 2009

Parir


Mulheres parideiras
de 15, de 20, de 30, de 40

mulheres parideiras de mulheres
que, talvez, parirão um dia

mulheres de barrigão
desfilando um bebê guardado
numa bolsa dágua

mulheres que ficam mais lindas, mais fortes,
às vezes mais lentas...
mas sem dúvida
-repovoando de humanidade e esperança
o planeta azuzinho.

e quando vc pensa que a poesia te salva
sopra o vento
e o café esfria

05 março 2009

Isabel Nascimento
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BANZO - de Onézio, Marias e Noélias...em terras secas e Céu Azul


(numa simples frase, colocar minha saudade imensa, intensa, da minha familia do nordeste. da terra, do chão, do cheiro de frutas. do rádio alto, da rede pra eu me embalar a tarde, do tempo demorando em passar... dos crochês da minha tia Maria, das rezas de Catarina, dos primos na ruinha , dos personagens que vejo, que fotografo, que filmo, das meninas na rua atrás das imagens, da sabedoria plena, lúcida, de meu tio-avô Onézio...das roças, dos pés de caju, dos balancês que a gente encontra nas arvores, andando , simplesmente,de ver minha tia Ana cuidando da minha vó e da minha tia avó - imagine duas irmãs, senhorinhas, com derrame, verem a vida passar deitadas numa cama olhando uma pra outra.
saudades das histórias que vao me contando, cada um conta um pouco, cada um repete mais um pouco, e vão reconstruindo a minha própria história... )


quem sou eu:


"Minha alma tem o peso da luz.
Tem o peso da música.
Tem o peso da palavra nunca dita,
prestes quem sabe a ser dita.'

Clarice Lispector



(COISAS DE ORKUT)

idade:
88

aniversário:
2 outubro
local:
de Brás Cubas, alterado
Brasil
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02 março 2009

pequeno trecho ode a felicidade translúcida e infinitamente momentãnea
ou - algo a se pensar
ou
renascendo em outros olhos,outro corpo.

ou - como ser feliz um pouquinho esquecendo tamanha tristeza?


sabe a felicidade os olhinhos brilhando e o coração pulsando?
nao que vc nao saiba que isso exista.
vc nao tinha sentido isso ultimamente.
nao que vc verdadeiramente queira sentir ou ache que seja coisa que valha a pena - o sentir.
mas vale, porque afinal, sentir tudo assim, em ebulição, o faria sentir-se vivo.
entao vc olha para o lado, relê o bilhete e pensa - foi mesmo pra mim, enfeitiçado estou.
pára, pensa, mas já é tarde, iludido com a promessa de felicidade, especula que a vida vale a pena. e vale. - ela telefona e pergunta: - tudo bem?
e vc nao tem coragem de responder que a única coisa que mereceria sua melhora é a sua presença, infinitamente maior que um oceano, na verdade, um pedaço de mar.
entao vc diz que está bem, que isso, que aquilo, e nao diz oque gostaria de dizer. e ela tb, atravessada por um espinho no coração que alcança até mesmo a sua garganta, sem poder dizer alguma coisa, diz banalidades e desliga.
e os dois voltam a bailar nas especulações do amor, ou do que poderia ser um amor .
e dormem pensando um no outro. por que assim,definitivamente, não dói.
de um jeito ou de outro
renascer

22 fevereiro 2009

o mais vil dos seres
portava-se como um menino imaturo
em busca de um brinquedo perdido dentro do armário
dentro-do-armário.

05 janeiro 2009



e no passado
eram tantas imagens
e no presente
tantas lembranças
como se transformam fotos em lembranças?
no futuro, você vai descobrir


depois de assitir O Passado,
só esse poema,
pra lembrar de uma caixa de memórias
e ler esse poema infinitas vezes...




DAS DORES DE AMOR – E DE TODAS AS OUTRAS QUE SE PARECEM COM UM ESPINHO ATRAVESSADO
(Huguera)


Mastigar a dor
Sorver cada gota do seu caldo amargo
Cheirá-la,
Prová-la,
Reconhecê-la.
Catar dentre todas as outras
- dessa seção de achados e perdidos que é o mundo –
a sua personalíssima dor
Estar com ela
Andar com ela
Viver com ela.

Assimilar a dor
Tirá-la do cabide no começo de cada novo dia
Ajeitá-la,
Esticá-la,
Vestí-la.
Ficar dentro dela
- como quem usa um suéter bem velho, quentinho e confortável -
Enquanto se arruma,
Enquanto se perfuma,
Enquanto ensaia uma cara de felicidade em frente ao espelho.
Desafiar a dor
Chamá-la pra brincar
O cabo-de-guerra,
O braço-de-ferro,
O comigo-ninguém-pode
Ou qualquer outro jogo
- de regras inventadas –
Perder...
às vezes,
Ganhar...

Esquecer-se da dor
Deixá-la em algum canto escuro da rua
Escarrá-la
Vomitá-la
Transfundí-la para alguma boca oportuna
- achada no meio do caminho -
mostrar-se displicente dizendo
“boa noite”
ao encontrá-la na cama
te esperando pra dormir.