Morte-amizade e poesia
acabo de receber a notícia que um grande amigo meu morreu.
Infarto fulminante.
em mim, uma dor fulminante também - um pedaço de mim vai com ele.
Ficam saudades de alguém que era poeticamente apaixonado pela vida - e teve tantas paixões, e ironicamente, morreu do coração.
Mas..não é aí que aloja-se o mais forte sentimento???
Não bate mais o coração de meu eterno amigo poeta...Em mim , em meu coração, fica um amigo e sua risada, e nossas andanças pela Praça José Bonifácio abraçados, nosso café, nossos sonhos em comum - um grande amor... e aquela vez que ele me mandou um girassol lindo de presente !!!
Na adolescência ele já me entregava seus poemas pra eu ler e dar meus pitecos.
Agora ele me entrega um pedacinho de sua alma pra ficar comigo, pro resto da minha vida...
Por que morrem os amigos????
20 maio 2009
17 maio 2009
10 maio 2009
A mídia mostrou...mas quem lê essa "Mìdia"?
O Caderno Mais, da Folha desse domingo , escreveu - e eu li - uma ONG de médicos paulistas, viaja ao Amazonas, montam um verdadeiro aparato hospitalar e operam, em sua maioria, cataratas e hérnias de disco de índios. No jargão da saúde pública isso se chama "resolutividade". Ficam em média 8 dias, num quase total de 300 operações. Os índios entregam suas almas e seus corpos ao homem branco para esses ajudá-los a sobreviver na floresta. A missão acontece duas vezes por ano e conta com doações, empréstimos de tudo que é possível. A idéia da expedição iniciou em 2002, através da observação de Ricardo Affonso Ferreira(ortopedista) e um grupo de amigos da precariedade de algumas regiões, e em 2004 fizeram a primeira caravana .
A matéria me impressionou não tanto pela logística maluca que isso requer, mas por descobrir que ainda temos pessoas, médicos, que ainda teimam em respeitar o juramento de Hipócrate ao qual eles juraram um dia.
www.expedicionáriosdasaude.org.br
O Caderno Mais, da Folha desse domingo , escreveu - e eu li - uma ONG de médicos paulistas, viaja ao Amazonas, montam um verdadeiro aparato hospitalar e operam, em sua maioria, cataratas e hérnias de disco de índios. No jargão da saúde pública isso se chama "resolutividade". Ficam em média 8 dias, num quase total de 300 operações. Os índios entregam suas almas e seus corpos ao homem branco para esses ajudá-los a sobreviver na floresta. A missão acontece duas vezes por ano e conta com doações, empréstimos de tudo que é possível. A idéia da expedição iniciou em 2002, através da observação de Ricardo Affonso Ferreira(ortopedista) e um grupo de amigos da precariedade de algumas regiões, e em 2004 fizeram a primeira caravana .
A matéria me impressionou não tanto pela logística maluca que isso requer, mas por descobrir que ainda temos pessoas, médicos, que ainda teimam em respeitar o juramento de Hipócrate ao qual eles juraram um dia.
www.expedicionáriosdasaude.org.br
o vento noroestea ressaca do marcalçadão em viéschapéu de solflores vermelhas que nunca soube o nomeestátua do Saturnino aqui pertinhoestátua do Vicente de Carvalho de costas pro margonzaga dos cafés eda Praçaa linha da máquina e seu trem tão pobreo porto e suas mulheres mortascinemas de maurice, miro e juraprédios tortos e vivos em meu coraçãominha ilhade urubus e cobrase alguém explicando a formação do voo dos urubus(seria isso?)morro do asa deltamorro das crianças do pacheco e a tropa de elite daqui(e a tristeza e as avós mortas de meus alunos)surfistashomens voando no ceútudo tão longe, longe, longe..................minha cidade escorre de mimcomo a areia da praiaem minhas mãos numa noite qualquerJosé Menino do Zé MeninoJosé Menino do Pão de Açúcardo emissáriodos surfistasda Urubuqueçaba que" tem um dono, é particular, você sabia?"
o vento noroeste
a ressaca do mar
calçadão em viés
chapéu de sol
flores vermelhas que nunca soube o nome
estátua do Saturnino aqui pertinho
estátua do Vicente de Carvalho de costas pro mar
Gonzaga dos cafés e
da Praça
a linha da máquina e seu trem tão pobre
o porto e suas mulheres já mortas
cinemas de maurice
a ressaca do mar
calçadão em viés
chapéu de sol
flores vermelhas que nunca soube o nome
estátua do Saturnino aqui pertinho
estátua do Vicente de Carvalho de costas pro mar
Gonzaga dos cafés e
da Praça
a linha da máquina e seu trem tão pobre
o porto e suas mulheres já mortas
cinemas de maurice
poesia de Narciso
prédios tortos e vivos em meu coração
minha ilha
de urubus e cobras
e alguém explicando a formação do voo dos urubus(seria isso?)
morro do asa delta
morro das crianças do pacheco e a tropa de elite daqui
(e a tristeza e as avós mortas de meus alunos)
surfistas
homens voando no ceú
tudo tão longe, longe, longe..................
minha cidade escorre de mim
como a areia da praia
em minhas mãos numa noite qualquer
José Menino do Zé Menino
José Menino do Pão de Açúcar
do emissário
dos surfistas
da Urubuqueçaba que" tem um dono, é particular, você sabia?"
prédios tortos e vivos em meu coração
minha ilha
de urubus e cobras
e alguém explicando a formação do voo dos urubus(seria isso?)
morro do asa delta
morro das crianças do pacheco e a tropa de elite daqui
(e a tristeza e as avós mortas de meus alunos)
surfistas
homens voando no ceú
tudo tão longe, longe, longe..................
minha cidade escorre de mim
como a areia da praia
em minhas mãos numa noite qualquer
José Menino do Zé Menino
José Menino do Pão de Açúcar
do emissário
dos surfistas
da Urubuqueçaba que" tem um dono, é particular, você sabia?"
07 maio 2009
03 maio 2009
prisioneiro de si
em uma rua qualquer
fora de si
numa prisão de dois
em busca de si
de letras e paixões e luas e
nenhum encontro.
escurecia. desceu do ônibus. prédio antigo. nenhuma lembrança. a mulher havia morrido. a mulher havia lhe deixado uma caixa - impronunciável era o nome escrito na caixa - um amor impronunciável. um amor esquecido,um amor abafado. um amor entre papéis, escadas e festas. amor imaturo. amor dividido. amor por entre tortas vigas pequenas, entre tortuosas visões verticais - qual sonho povoaria aquelas inúmeras janelinhas? vagou por entre as ruas escuras, sentia frio. sentia medo. barba por fazer, fome, sede, sentia-se verdadeiramente perdido no meio do seu caos-tão-comportadinho. em confronto com o caos externo. um morador de rua chegou perto e pediu cigarro - ele também precisava de um. ele também se sentia um morador de rua, ali não era sua casa. ali era a possibilidade do que poderia ser. chorou de medo, de tristeza e solidão. pegou a caixa, abriu e ao ler um poema, sentiu-se um pouco jovem. apenas isso já valia a pena.
em uma rua qualquer
fora de si
numa prisão de dois
em busca de si
de letras e paixões e luas e
nenhum encontro.
escurecia. desceu do ônibus. prédio antigo. nenhuma lembrança. a mulher havia morrido. a mulher havia lhe deixado uma caixa - impronunciável era o nome escrito na caixa - um amor impronunciável. um amor esquecido,um amor abafado. um amor entre papéis, escadas e festas. amor imaturo. amor dividido. amor por entre tortas vigas pequenas, entre tortuosas visões verticais - qual sonho povoaria aquelas inúmeras janelinhas? vagou por entre as ruas escuras, sentia frio. sentia medo. barba por fazer, fome, sede, sentia-se verdadeiramente perdido no meio do seu caos-tão-comportadinho. em confronto com o caos externo. um morador de rua chegou perto e pediu cigarro - ele também precisava de um. ele também se sentia um morador de rua, ali não era sua casa. ali era a possibilidade do que poderia ser. chorou de medo, de tristeza e solidão. pegou a caixa, abriu e ao ler um poema, sentiu-se um pouco jovem. apenas isso já valia a pena.
Pretensas palavras
e
especulações sobre o mesmo tema
escuros de mim
aborto-me em emoções, tijolos e giz de lousa
tijolos e cruz
coisas que ficam
que não desaparecem
que nao vão embora nem de ônibus nem de avião
pedaço de mim-de-ti-de-vidas - devedoras
indevidamente colocadas em caixas
indevidamente instalada numa outra casa - qualquer
num estado - de embriaguez - qualquer
então finja que é feliz
eu finjo que acredito
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