10 dezembro 2013
mais um vagão
Santos-Guarujá ou vice-versa - 10.12.2013 9 horas.
Liberaram a travessia, o rebocador quase pegou duas catraias e o mundo parou para quem estava ali naquele momento. Pessoas gritaram, rezaram e , a vida, por um fio, continuou sendo perigosa.
Quando a irresponsabilidade de uns, não dimensionam as consequências, seria por qual motivo? A mobilidade urbana continua precária, tal qual navio negreiro, é isso???
Se milhões de africanos foram escravizados, trazidos de forma inclassificável num navio, parece que o transporte público perpetuou esse "jeitinho" . A mão de obra vai todos os dias, da periferia ao centro e retorna, sem a menor condição e dignidade.
Continuamos escravos de um Sistema, e sabendo que o conforto e a dignidade é para poucos.
madrugada
A madrugada é composta
sempre
de um cão latindo ao longe,
barulhos de fantasmas
(discretos)
às vezes um bebê chorando,
e raramente
gemidos de amor.
A madrugada
anda silenciosa e cansada.
Garimpo...
Garimpo na delicadeza da palavra, do paladar e do enfeite...
E às vezes estou com o dinheiro "con-ta-di-nho".. Meus tesouros da semana : um colarzinho azul, um livro de poesias em francês e italiano(que provavelmente vai para um amigo) e um livro de receitas com um nome delicioso - Doces, Segredos e Carinhos...(faltou um cd - conto depois).
O livro de receitas, ao folhear, dei de cara com um doce português e lembrei da minha amiga Cice, e mais um pouco, o tal Strufulli, da Heloísa Amazonas, (outra amiga mais que querida) que já tenho escrito no meu caderno de receitas. Pra Cice eu pretendo fazer o doce, pra Helô, eu já fiz , e ela ainda lambeu os beiços dizendo que lembrou da vó dela....
O colarzinho?? já usei...ficou lindo.
Total da compra? R$ 7,00 !! Uma fortuna...
30 junho 2013
Minhas tão pequenas dívidas
Leio no jornal que "Empresas de Eike têm dívida com 11 bancos". Fico feliz por ele - eu tenho dívida com "apenas" 2 bancos" e mais algumas dívidas pequenas..(Ironia à parte) .
A mesma matéria diz que Eike tem uma dívida de "7 BILHÕES E 900 MILHÕES" - escrevi assim, por extenso, pra gente dimensionar o valor de tal dívida. A minha dívida não chega a ... tenho até vergonha de dizer o valor, de tão pequena(tudo bem pra mim ela é imensa) . Não entendo de contabilidade - aliás, meu grande sonho era ter um contador - alguém que eu entregasse meu salário e então fizesse "milagres" que eu mesma nao consigo fazer - que pagasse todas as contas, sobrasse para uma poupancinha, e que eu conseguisse comprar livros, presentes para os amigos, ir até ali, São Paulo, assistir um show, visitar uns amigos...coisas pequenas... Na verdade acho que ao invés de um contador eu precisaria de um "milagreiro".
Mas voltando à dividas do Eike, um cara que já foi o 7º homem mais rico do mundo, hoje precisa vender o almoço pra comer a janta. Eu continuo comendo meu almocinho e tomando meu café com leite final de tarde. Nossa diferença é que meu nome num SPC, ou SERASA não me abre portas em nenhum banco para um financiamento , empréstimo ou seja lá o que for(melhor assim - não conseguria mesmo pagar) .Meu nome ,(graças a Deus), nao sai no jornal. Meu nome, minha profissão(professora) causa apenas indiferença. Exemplo? Fui ao cinema , paguei meia entrada, e ao mostrar o holerith e moça exclamou:"ahhnnn...que legal..." eu nao entendi - ou ela tinha fumado um baseado antes e viajou nas letrinhas, nos numerozinhos, nos cifrõezinhos, ou ela achou que realmente, "Legalmente" que eu mereço esse salário.Ignorei. Minha questão com tantos bilhões é apenas uma - uns com tantos e outros com tão pouco. Mesmo nas dívidas.
Já sei algumas explicações contábeis, econômicas, políticas...Essas não me interessam. O cerne da questão : quando será que , utopicamente , ganharemos um salário "decente"? - aquele com o qual eu quitaria minhas dívidas com os 2 bancos e outras pequenas pendências ?
Minha proposta: Deputados, Senadores , façam o TRS -Teste da Resistência Salarial - vivam, (e sobrevivam) um mês com um salário mínimo , das empregadas, dos atendentes de telemarketing, com o salário de um professor da rede pública... Tenho certeza, Eike não será o único a dever tanto!
A mesma matéria diz que Eike tem uma dívida de "7 BILHÕES E 900 MILHÕES" - escrevi assim, por extenso, pra gente dimensionar o valor de tal dívida. A minha dívida não chega a ... tenho até vergonha de dizer o valor, de tão pequena(tudo bem pra mim ela é imensa) . Não entendo de contabilidade - aliás, meu grande sonho era ter um contador - alguém que eu entregasse meu salário e então fizesse "milagres" que eu mesma nao consigo fazer - que pagasse todas as contas, sobrasse para uma poupancinha, e que eu conseguisse comprar livros, presentes para os amigos, ir até ali, São Paulo, assistir um show, visitar uns amigos...coisas pequenas... Na verdade acho que ao invés de um contador eu precisaria de um "milagreiro".
Mas voltando à dividas do Eike, um cara que já foi o 7º homem mais rico do mundo, hoje precisa vender o almoço pra comer a janta. Eu continuo comendo meu almocinho e tomando meu café com leite final de tarde. Nossa diferença é que meu nome num SPC, ou SERASA não me abre portas em nenhum banco para um financiamento , empréstimo ou seja lá o que for(melhor assim - não conseguria mesmo pagar) .Meu nome ,(graças a Deus), nao sai no jornal. Meu nome, minha profissão(professora) causa apenas indiferença. Exemplo? Fui ao cinema , paguei meia entrada, e ao mostrar o holerith e moça exclamou:"ahhnnn...que legal..." eu nao entendi - ou ela tinha fumado um baseado antes e viajou nas letrinhas, nos numerozinhos, nos cifrõezinhos, ou ela achou que realmente, "Legalmente" que eu mereço esse salário.Ignorei. Minha questão com tantos bilhões é apenas uma - uns com tantos e outros com tão pouco. Mesmo nas dívidas.
Já sei algumas explicações contábeis, econômicas, políticas...Essas não me interessam. O cerne da questão : quando será que , utopicamente , ganharemos um salário "decente"? - aquele com o qual eu quitaria minhas dívidas com os 2 bancos e outras pequenas pendências ?
Minha proposta: Deputados, Senadores , façam o TRS -Teste da Resistência Salarial - vivam, (e sobrevivam) um mês com um salário mínimo , das empregadas, dos atendentes de telemarketing, com o salário de um professor da rede pública... Tenho certeza, Eike não será o único a dever tanto!
03 junho 2013
13 maio 2013
ninguém sabe
do meu amor mais recente
da saudade mais presente
das angústias viscerais
dos meus eternos ais
do meu segredo mais profundo
do meu medo mais absurdo
das alegrias solitárias
dos passeios em meus escuros.
do meu véu de tule aparente
da força inexistente
da correnteza do sangue ausente.
da incerteza de onde vim
da infinita ilusão pra onde vou
do caos que mergulhei
de tudo que ainda nao sei
mas que ninguém
também,
nunca nunca
irá saber!
A não ser que eu conte!
da saudade mais presente
das angústias viscerais
dos meus eternos ais
do meu segredo mais profundo
do meu medo mais absurdo
das alegrias solitárias
dos passeios em meus escuros.
do meu véu de tule aparente
da força inexistente
da correnteza do sangue ausente.
da incerteza de onde vim
da infinita ilusão pra onde vou
do caos que mergulhei
de tudo que ainda nao sei
mas que ninguém
também,
nunca nunca
irá saber!
A não ser que eu conte!
17 fevereiro 2013
notas dispersas
quando lhe deram o violão
não sabia que a música poderia salvá-lo de si mesmo.
quando lhe apresentaram a filosofia
não sabia que tanto pensamento lhe faria sofrer.
quando lhe apresentaram o amor
preferiu a solidão.
Hoje canta pedaços
toca notas dispersas
perde-se no que fala
e espera o ponto final.
Apresentei-lhe as reticências...
E aguardamos, em silêncio...
não sabia que a música poderia salvá-lo de si mesmo.
quando lhe apresentaram a filosofia
não sabia que tanto pensamento lhe faria sofrer.
quando lhe apresentaram o amor
preferiu a solidão.
Hoje canta pedaços
toca notas dispersas
perde-se no que fala
e espera o ponto final.
Apresentei-lhe as reticências...
E aguardamos, em silêncio...
10 fevereiro 2013
Nuvens são feitas de algodão
foto: João Claudio de Sena
JANEIRO /1994. Primeira vez que eu entrava num avião. Não tinha medo, nem pavor, mas tinha um certo desconforto. Carregava dois filhos, uma menina bem gordinha no colo e um outro de 8 anos, que já tinha viajado de avião e parecia estar em casa... Eu estava ansiosa, ia ver minha irmã que eu não via há quase 4 anos. A ida foi mesmo um pouco tensa, e eu não sentei próxima à janelinha... Olhava de longe, e só imaginava as distâncias entre avião, terra firme e família. Chegamos todos bem, curtimos a cidade (descobri nuvens lindas no ceú do meu nordeste) e voltamos.
Aí começou a minha aventura no céu. Sentei colada à janelinha"... e mais sossegada, mais relaxada, vi pela primeira vez as nuvens lá de cima... Pareciam de algodão. Eu ria sozinha, eu ria por dentro, eu queria gritar pras pessoas - "Gente - as NUVENS!!! Parecem algodão!! Que lindo !!!! E ali, silenciosamente agradeci aos deuses por essa visão tão encantadora pra mim, imagem tão linda e poética. Tirei foto, sim, não ficou boa, fiquei frustradíssima. Mas jamais esqueci a sensação de felicidade que senti ao ver as nuvens de algodão do planeta.
Poucas viagens de avião depois - sempre querendo sentar próxima à janela...Vi sol nascendo, sol se pondo, noite fechada, pequena turbulência. Mas nada igual aquela primeira vez, aquela primeira emoção.
JANEIRO/2013. Facebook. fotos do João Claudio ---Bolívia. Não importa se era céu da Bolíva ou do Brasil. Era esse céu, com essas nuvens e essa ponta do avião que eu vi. há exatos 19 anos atrás e eu , na mesma hora lembrei do que meu corpo registrou e tive vontade de gritar de alegria - Elas continuam lá - As nuvens! e de algodão, trazendo o encantamento às "crianças". E para alguns adultos !!!
JANEIRO /1994. Primeira vez que eu entrava num avião. Não tinha medo, nem pavor, mas tinha um certo desconforto. Carregava dois filhos, uma menina bem gordinha no colo e um outro de 8 anos, que já tinha viajado de avião e parecia estar em casa... Eu estava ansiosa, ia ver minha irmã que eu não via há quase 4 anos. A ida foi mesmo um pouco tensa, e eu não sentei próxima à janelinha... Olhava de longe, e só imaginava as distâncias entre avião, terra firme e família. Chegamos todos bem, curtimos a cidade (descobri nuvens lindas no ceú do meu nordeste) e voltamos.
Aí começou a minha aventura no céu. Sentei colada à janelinha"... e mais sossegada, mais relaxada, vi pela primeira vez as nuvens lá de cima... Pareciam de algodão. Eu ria sozinha, eu ria por dentro, eu queria gritar pras pessoas - "Gente - as NUVENS!!! Parecem algodão!! Que lindo !!!! E ali, silenciosamente agradeci aos deuses por essa visão tão encantadora pra mim, imagem tão linda e poética. Tirei foto, sim, não ficou boa, fiquei frustradíssima. Mas jamais esqueci a sensação de felicidade que senti ao ver as nuvens de algodão do planeta.
Poucas viagens de avião depois - sempre querendo sentar próxima à janela...Vi sol nascendo, sol se pondo, noite fechada, pequena turbulência. Mas nada igual aquela primeira vez, aquela primeira emoção.
JANEIRO/2013. Facebook. fotos do João Claudio ---Bolívia. Não importa se era céu da Bolíva ou do Brasil. Era esse céu, com essas nuvens e essa ponta do avião que eu vi. há exatos 19 anos atrás e eu , na mesma hora lembrei do que meu corpo registrou e tive vontade de gritar de alegria - Elas continuam lá - As nuvens! e de algodão, trazendo o encantamento às "crianças". E para alguns adultos !!!
10 janeiro 2013
especulando nuvens em sp
mesmo através de
janelas
vidros
persianas
distâncias
prédios
"especulando Nuvens" (Waly Salomão)
janelas
vidros
persianas
distâncias
prédios
e ausências
continuo..."especulando Nuvens" (Waly Salomão)
em sp.
sabor
de repente
um gosto de infância
e eu procuro entre os corredores da memória
e encontro apenas o sabor
e sei que é lá
perdida na infância
o sabor doce que trouxe comigo.
não importa idade que tive
idade que tenho
sei que era infância
e era esse o sabor.
17 dezembro 2012
Tom Zé
Show Cancioneiro de Boal com Tom Zé, Zezé Motta e Juçara Marçal.
Sabia de antemão que não seria um show "do" Tom Zé, seria um show em homenagem a Boal, C O M a participação de Tom Zé.( é - não dá para escrever "do mesmo" - pois Tom Zé não é o "mesmo" - ele nao cabe nessa palavra.)
O show começou no teatro "arena" do Pompeia, com todos os músicos silenciosamente se posicionando, sentados - (Tom Zé quando sentou, de tão baixinho, sumiu da minha vista), para minha ansiedade...
Juçara Marçal inicia o espetáculo - cantando, contando histórias da época da ditadura e declama, de forma magnanima - MEU CARO AM IGO, música feita pelo Chico para o Boal, ali pelos anos de 76(Boal estava exilado , lá pras bandas de Portugal) . Juçara conseguiu nos contextualizar historicamente, sem perder o ritmo, a poesia, o encanto.
Então entra Tom Zé... Canta, brinca, dança, conversa contando "curiosidades" da ditadura, não deixando que o peso existente na época nos caísse nos ombros naquele momento, portanto, sem esquecer que essa mancha um dia existiu.(E para isso estávamos ali - para homenagear, relembrar Boal, um homem que ,por impulsionar a reflexão crítica, foi exilado).Falou de tudo com humor, irreverência, mas nem por isso perdendo, sua relevância histórica.
Tom Zé brinca com o hino à bandeira, recriando um verso que me deixou particularmente emocionada -
"Salve símbolo
Augusto Boal"...
Ao cantar Vai , (Menina amanhã de manhã), nos surpreende com uma sainha branca rodada, colocada na hora, e nos diverte com seus rebolados...Remexe as cadeiras e o público vai ao delírio, entre gritinhos e assovios...
Zezé Motta entra em cena como uma deusa - sua postura e lindeza e voz, e eu tento reconsiderar sua grandeza quando letras escapam a memória e ao papel..(Se Chico esquece as próprias letras...). Senti um fio solto no espetáculo, mas que após alguns arremates, transformou-se num impecável cerzido, quando a própria Zezé acompanhado ao piano,retoma sua grandeza vocal.
E Tom Zé retorna e toma conta do palco, dos músicos, de toda plateia.
Ponto alto - a viúva de Boal, Cecília, vai ao palco, cai na dança , entoando o tal hino recriado em homenagem a Boal... Eles, abraçados , pareciam envolvidos naquele invólucro da magia, dos amantes que verdadeiramente viveram um a história, que pra nossa sorte, teima em viver e ser lembrada.
Palmas e mais palmas, o show parece terminar e pedimos Bis... Então, todos os artistas encarnam o verdadeiro "curinga" de Boal.
Saio do show com a sensação de que Tom Zé não existe, de tão lúdico que é!!
La fora, vendas de cds, um LP e um livro... Eu ganho um cd da minha amiga Paula da Paz - e resolvo perder a vergonha e cair na tietagem - com direito a foto, abraços e beijos.
E torcer para que todo o arquivo de Boal seja merecidamente organizado e que venha a público ,seja pela internet ou nas bibliotecas, para conhecimento de todos os brasileiros, ligados ao teatro ou não.
(o arquivo gigante de Boal estava até pouco tempo com a esposa, que já pensa ha um tempo que esse material seja cuidado por uma instituição - encontrou muitas dificuldades nesse aspecto, principalmente de interesse cultural brasileiro e falta de verbas).
E também torço para Tom Zé fazer um show "só dele" ! Por enquanto, estou com o show ainda na cabeça, um cd e uma foto para a posteridade!!!
Sabia de antemão que não seria um show "do" Tom Zé, seria um show em homenagem a Boal, C O M a participação de Tom Zé.( é - não dá para escrever "do mesmo" - pois Tom Zé não é o "mesmo" - ele nao cabe nessa palavra.)
O show começou no teatro "arena" do Pompeia, com todos os músicos silenciosamente se posicionando, sentados - (Tom Zé quando sentou, de tão baixinho, sumiu da minha vista), para minha ansiedade...
Juçara Marçal inicia o espetáculo - cantando, contando histórias da época da ditadura e declama, de forma magnanima - MEU CARO AM IGO, música feita pelo Chico para o Boal, ali pelos anos de 76(Boal estava exilado , lá pras bandas de Portugal) . Juçara conseguiu nos contextualizar historicamente, sem perder o ritmo, a poesia, o encanto.
Então entra Tom Zé... Canta, brinca, dança, conversa contando "curiosidades" da ditadura, não deixando que o peso existente na época nos caísse nos ombros naquele momento, portanto, sem esquecer que essa mancha um dia existiu.(E para isso estávamos ali - para homenagear, relembrar Boal, um homem que ,por impulsionar a reflexão crítica, foi exilado).Falou de tudo com humor, irreverência, mas nem por isso perdendo, sua relevância histórica.
Tom Zé brinca com o hino à bandeira, recriando um verso que me deixou particularmente emocionada -
"Salve símbolo
Augusto Boal"...
Ao cantar Vai , (Menina amanhã de manhã), nos surpreende com uma sainha branca rodada, colocada na hora, e nos diverte com seus rebolados...Remexe as cadeiras e o público vai ao delírio, entre gritinhos e assovios...
Zezé Motta entra em cena como uma deusa - sua postura e lindeza e voz, e eu tento reconsiderar sua grandeza quando letras escapam a memória e ao papel..(Se Chico esquece as próprias letras...). Senti um fio solto no espetáculo, mas que após alguns arremates, transformou-se num impecável cerzido, quando a própria Zezé acompanhado ao piano,retoma sua grandeza vocal.
E Tom Zé retorna e toma conta do palco, dos músicos, de toda plateia.
Ponto alto - a viúva de Boal, Cecília, vai ao palco, cai na dança , entoando o tal hino recriado em homenagem a Boal... Eles, abraçados , pareciam envolvidos naquele invólucro da magia, dos amantes que verdadeiramente viveram um a história, que pra nossa sorte, teima em viver e ser lembrada.
Palmas e mais palmas, o show parece terminar e pedimos Bis... Então, todos os artistas encarnam o verdadeiro "curinga" de Boal.
Saio do show com a sensação de que Tom Zé não existe, de tão lúdico que é!!
La fora, vendas de cds, um LP e um livro... Eu ganho um cd da minha amiga Paula da Paz - e resolvo perder a vergonha e cair na tietagem - com direito a foto, abraços e beijos.
E torcer para que todo o arquivo de Boal seja merecidamente organizado e que venha a público ,seja pela internet ou nas bibliotecas, para conhecimento de todos os brasileiros, ligados ao teatro ou não.
(o arquivo gigante de Boal estava até pouco tempo com a esposa, que já pensa ha um tempo que esse material seja cuidado por uma instituição - encontrou muitas dificuldades nesse aspecto, principalmente de interesse cultural brasileiro e falta de verbas).
E também torço para Tom Zé fazer um show "só dele" ! Por enquanto, estou com o show ainda na cabeça, um cd e uma foto para a posteridade!!!
23 novembro 2012
pequena mostra da fragilidade humana- em filmes
É a segunda Mostra aqui em Santos.Eu soube através do meu amigo Miro(Argemiro Antunes)...Dos 10 filmes escolhi 5 .
Assisti: Na Neblina, Fim do Amor, Liv & Bergman, A Bela que dorme e Gebo e a Sombra.
Na Neblina - foi o primeiro que risquei da lista - o tema era guerra, filme de época, eu me perco nos acontecimentos, às vezes nãoo me contextualizo tb - assumo, é difícil pra mim. Mas... Logo no dia que eu fui, a notícia que A Bela que dorme havia sido roubado, junto com o carro... E A Produção do evento,gentilmente cedeu convites para...adivinhem: Na neblina !!!! Eu já estava lá, decidi então ficar. Fotografia maravilhosa , filme lento, arrastado, e 3 homens ficam juntos quase o tempo todo, e um deles tem a maior demonstração de amizade que eu já vi na vida - carrega o morto que queria ter tirado a sua vida pra lá e prá cá, sem ao menos tirar o casacão do morto pra lhe aquecer...(Nâo, nao vou contar o filme nem resumir - mas essa história do casaco me "pegou")
Fim do amor - O rapaz jovem, entre 25 e 30 anos tem um filho, a esposa morre e o filme começa com o pai e a criança um ano depois, mostrando sem o menor ensaio (sim - a impressão é que " era -tudo- verdade", sabe , não queria usar a sigla, mas tipo BBB..) Só quem é mãe entendeu e sensibilizou-se com aquele pai. Gostaria de ouvir outras pessoas a respeito. Mas, falemos do filme - o pai é um ator,nao consegue emprego, nao aparece familia nenhuma para ajudá-lo e ele lá,sozinho, com aquele menino pra lá e pra cá. Aparecem 2 mulheres na história, o rapaz em seu desespero e saudades da esposa, tenta desesperadamente um relacionamento, mas não! isso não é o foco da história... O rapaz mora com 2 amigos, que pedem pra ele ir embora da casa pois ele nao pagava o aluguel há meses... Tem também a cena do peixinho - ele mata o peixinho e o recoloca no aquário, e no dia seguinte explica pro filho que o peixinho morreu, faz um caixaozinho pro peixinho, e todo o ritual pós morte. Alma atormentada. Mas eu aguentei firme e não chorei. Mas o nó na garganta ficou ali.
(ABRINDO UM PARÊNTESES GIGANTE - FOMOS INFORMADOS QUE O FILME "|A BELA QUE DORME" FOI ENCONTRADO E GANHAREMOS UMA SESSÃO GRÁTIS) (devo dizer aqui que a essa altura, A Bela que dorme já foi pirateado ...será???)
continuando...
Liv & Bergman - Documentário pra lá de lindo. Liv falando de sua história de amor com o Bergman e o diretor encaixando fotos e cenas altamente biográficas no caminho ...adorei e chorei, chorei, chorei, chorei. Aquela mulher linda, e eu nao farei a indelicadeza de chamá-la de senhora, tanto tempo depois, ainda guarda um grande amor no coração e se emociona em muitos momentos..Assim como eu, Liv também sofreu e chorou! Ninguém sai incólume de uma grande história de amor.
A Bela que dorme - Eutanásia, vida cheia de tubos, vida vegetativa, suicídio, política. Uma filha vegetando e uma mãe rezando, uma drogada que quer se matar e um médico compadecido tenta ajudá-la, um pai que é um senador (que nao concorda com o partido tem uma filha ativista pró-vida). Nesse filme, quem mais me marcou foi a drogada, que questionou de maneira racional a vida que levava. E o médico que ficou ao lado dela - o-tem-po-to-do !!! acreditem! Dedicação total!
O Gebo e a sombra - Um diretor e roteirista com mais de 100 anos é para ir mesmo - e contemplar... Rever Claudia Cardinale e Jeanne Moreau, já senhoras e ainda charmosíssimas e atuantes é uma lição de casa. Cenas paradas(sim, a camera estava parada), parecia algo meio Brecht, mas delicado. As cenas pareciam pinturas antigas(alguém me diga um artista que eu coloco aqui) e..pinturas que "falavam". O filme trata de uma família cujo filho sumiu, aprontou por aí e volta e ainda rouba o pai, que preservando a mãe, assume a culpa pelo roubo. Adorei a personagem de Jeanne Moreau quando tira o bordadinho da bolsa...e o personagem do velhinho que pede biscoitos.....(visitantes fila bóia.).
Agora vamos ao resumão da minha parte:
coincidência, sincronismo, ou sei lá o que mais - os filmes que eu assisti falaram das nossas fragilidades, do amor ao próximo e do estar juntos ,amando, sofrendo e não desistindo. Todos esses filmes tinham a proximidade dos personagens muito acentuada - e quando eu digo proximidade, é proximidade física mesmo - Na neblina os soldados juntos, o outro morre, o outro o carrega; Fim do amor aquele pai carregando o tempo todo aquele filho; Liv & Bergman - mesmo a Liv se separando do Bergman, continuou sua amiga, trabalhou com ele muito tempo e guardou sua história no coração - carregou Bergman na alma, literalmente...A Bela que dorme e suas pessoas morrem-não morrem mostrou o quanto as pessoas se sacrificam para ficar junto das que não estão - supostamente, nem aí pra mais nada.e pra finalizar, Gebo, aquele pai amoroso e trabalhador, provedor , cuidadoso da esposa e da nora, e dos vizinhos mais pobres ainda que ele, leva uma culpa do filho - carregará o erro do filho numa cela -por amor a sua esposa e para esta não sofrer .
Bom, minha gente! A Mostra Internacional foi embora, e o CINEME-SE ESTÁ CHEGANDO !!! (é tudo daqui mesmo..)
dias de...
dias de ver
tempos de parar
dias de parar
tempos de ver
parar para ver os dias
ver os tempos que se fazem nos dias
dias de ver
tempos de parar...
noturno
-Sabe aquele jantar à luz de velas e uma taça vinho?
-........................................................................................
-........................................................................................
minha terra
mais uma versão:
"Minha terra tem palmeiras"
e
PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS
PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS
PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS
PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS
PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS
PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS
PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS
PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS
PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS
PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS
PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS
PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS
PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS
PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS
PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS
PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS
PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS
PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS
"Minha terra tem palmeiras"
e
PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS
PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS
PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS
PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS
PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS
PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS
PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS
PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS
PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS
PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS
PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS
PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS
PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS
PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS
PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS
PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS
PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS
PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS PRÉDIOS
rascunhando
escrevo.acho feio.esqueço.apago.rasgo (e nao jogo fora).olho os papéis picados. monto um quebra cabeça. figuras escritas não são figuras de linguagem.personagens rasgados, que nunca mais estarão conectados. rasgá-los deu-lhes a liberdade de não sobreviverem à minha imaginação.
Assinar:
Postagens (Atom)