Assisti: Na Neblina, Fim do Amor, Liv & Bergman, A Bela que dorme e Gebo e a Sombra.
Na Neblina - foi o primeiro que risquei da lista - o tema era guerra, filme de época, eu me perco nos acontecimentos, às vezes nãoo me contextualizo tb - assumo, é difícil pra mim. Mas... Logo no dia que eu fui, a notícia que A Bela que dorme havia sido roubado, junto com o carro... E A Produção do evento,gentilmente cedeu convites para...adivinhem: Na neblina !!!! Eu já estava lá, decidi então ficar. Fotografia maravilhosa , filme lento, arrastado, e 3 homens ficam juntos quase o tempo todo, e um deles tem a maior demonstração de amizade que eu já vi na vida - carrega o morto que queria ter tirado a sua vida pra lá e prá cá, sem ao menos tirar o casacão do morto pra lhe aquecer...(Nâo, nao vou contar o filme nem resumir - mas essa história do casaco me "pegou")
Fim do amor - O rapaz jovem, entre 25 e 30 anos tem um filho, a esposa morre e o filme começa com o pai e a criança um ano depois, mostrando sem o menor ensaio (sim - a impressão é que " era -tudo- verdade", sabe , não queria usar a sigla, mas tipo BBB..) Só quem é mãe entendeu e sensibilizou-se com aquele pai. Gostaria de ouvir outras pessoas a respeito. Mas, falemos do filme - o pai é um ator,nao consegue emprego, nao aparece familia nenhuma para ajudá-lo e ele lá,sozinho, com aquele menino pra lá e pra cá. Aparecem 2 mulheres na história, o rapaz em seu desespero e saudades da esposa, tenta desesperadamente um relacionamento, mas não! isso não é o foco da história... O rapaz mora com 2 amigos, que pedem pra ele ir embora da casa pois ele nao pagava o aluguel há meses... Tem também a cena do peixinho - ele mata o peixinho e o recoloca no aquário, e no dia seguinte explica pro filho que o peixinho morreu, faz um caixaozinho pro peixinho, e todo o ritual pós morte. Alma atormentada. Mas eu aguentei firme e não chorei. Mas o nó na garganta ficou ali.
(ABRINDO UM PARÊNTESES GIGANTE - FOMOS INFORMADOS QUE O FILME "|A BELA QUE DORME" FOI ENCONTRADO E GANHAREMOS UMA SESSÃO GRÁTIS) (devo dizer aqui que a essa altura, A Bela que dorme já foi pirateado ...será???)
continuando...
Liv & Bergman - Documentário pra lá de lindo. Liv falando de sua história de amor com o Bergman e o diretor encaixando fotos e cenas altamente biográficas no caminho ...adorei e chorei, chorei, chorei, chorei. Aquela mulher linda, e eu nao farei a indelicadeza de chamá-la de senhora, tanto tempo depois, ainda guarda um grande amor no coração e se emociona em muitos momentos..Assim como eu, Liv também sofreu e chorou! Ninguém sai incólume de uma grande história de amor.
A Bela que dorme - Eutanásia, vida cheia de tubos, vida vegetativa, suicídio, política. Uma filha vegetando e uma mãe rezando, uma drogada que quer se matar e um médico compadecido tenta ajudá-la, um pai que é um senador (que nao concorda com o partido tem uma filha ativista pró-vida). Nesse filme, quem mais me marcou foi a drogada, que questionou de maneira racional a vida que levava. E o médico que ficou ao lado dela - o-tem-po-to-do !!! acreditem! Dedicação total!
O Gebo e a sombra - Um diretor e roteirista com mais de 100 anos é para ir mesmo - e contemplar... Rever Claudia Cardinale e Jeanne Moreau, já senhoras e ainda charmosíssimas e atuantes é uma lição de casa. Cenas paradas(sim, a camera estava parada), parecia algo meio Brecht, mas delicado. As cenas pareciam pinturas antigas(alguém me diga um artista que eu coloco aqui) e..pinturas que "falavam". O filme trata de uma família cujo filho sumiu, aprontou por aí e volta e ainda rouba o pai, que preservando a mãe, assume a culpa pelo roubo. Adorei a personagem de Jeanne Moreau quando tira o bordadinho da bolsa...e o personagem do velhinho que pede biscoitos.....(visitantes fila bóia.).
Agora vamos ao resumão da minha parte:
coincidência, sincronismo, ou sei lá o que mais - os filmes que eu assisti falaram das nossas fragilidades, do amor ao próximo e do estar juntos ,amando, sofrendo e não desistindo. Todos esses filmes tinham a proximidade dos personagens muito acentuada - e quando eu digo proximidade, é proximidade física mesmo - Na neblina os soldados juntos, o outro morre, o outro o carrega; Fim do amor aquele pai carregando o tempo todo aquele filho; Liv & Bergman - mesmo a Liv se separando do Bergman, continuou sua amiga, trabalhou com ele muito tempo e guardou sua história no coração - carregou Bergman na alma, literalmente...A Bela que dorme e suas pessoas morrem-não morrem mostrou o quanto as pessoas se sacrificam para ficar junto das que não estão - supostamente, nem aí pra mais nada.e pra finalizar, Gebo, aquele pai amoroso e trabalhador, provedor , cuidadoso da esposa e da nora, e dos vizinhos mais pobres ainda que ele, leva uma culpa do filho - carregará o erro do filho numa cela -por amor a sua esposa e para esta não sofrer .
Bom, minha gente! A Mostra Internacional foi embora, e o CINEME-SE ESTÁ CHEGANDO !!! (é tudo daqui mesmo..)
Um comentário:
Muito legal, Isabel. Gostei mesmo, uma espectadora que percebeu tudo, não precisou fazer como certos críticos que procuram comparações estapafúrdias, indluências de pensadores e os cambaus! Sincera e objetiva como sua câmera! Minha comentarista favorita.
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