Melancolia de desaparecer
Agustin Foxá (Tradução Livre - Bruno Villela -poeta-filósofo-amigo)
E pensar que depois que eu morrer
Ainda surgirão manhãs luminosas,
Que sob um céu azul, a primavera,
Indiferente a minha mansão derradeira
encarnará na seda das rosas.
E pensar que, nua, azul, lasciva,
Sobre meus ossos dançará a vida,
E que haverá novos céus de escarlate,
banhados pela luz do sol poente
e noites cheias dessa luz de prata,
que inundaram minha velha serenata,
quando ainda cantava Deus, na minha frente
E pensar que não posso em meu egoísmo
levar-me ao sol nem ao céu em minha mortalha;
que hei de marchar sozinho até o abismo,
e que a lua brilhará igual
e já não verá daqui meu caixão de palha
Nenhum comentário:
Postar um comentário