DESTINO DO POETA
" Palavras? Sim. De ar
e perdidas no ar.
Deixa que eu me perca entre palavras,
deixa que eu seja o ar entre esses lábios,
um sopro erramundo sem contornos,
breve aroma que no ar se desvanece.
Também a luz em si mesma se perde. "
[OCTAVIO PAZ]
24 junho 2007
22 junho 2007
2
a dizer outra vez
se não me ensinares eu não aprendo
a dizer outra vez que há uma última vez
mesmo para as últimas vezes
últimas vezes em que se implora
últimas vezes em que se ama
em que se sabe e não se sabe em que se finge
uma última vez mesmo para as últimas vezes em que se diz
se não me amares eu não serei amado
se eu não te amar eu não amarei
palavras rançosas a resolver outra vez no coração
amor amor amor pancada de velha batedeira
pilando o sono inalterável
das palavras
aterrorizado outra vez
de não amar
de amar e não seres tu
de ser amado e não ser por ti
de saber e não saber e fingir
e fingir
eu e todos os outros que te hão-de amar
se te amarem
3
a não ser que te amem
a dizer outra vez
se não me ensinares eu não aprendo
a dizer outra vez que há uma última vez
mesmo para as últimas vezes
últimas vezes em que se implora
últimas vezes em que se ama
em que se sabe e não se sabe em que se finge
uma última vez mesmo para as últimas vezes em que se diz
se não me amares eu não serei amado
se eu não te amar eu não amarei
palavras rançosas a resolver outra vez no coração
amor amor amor pancada de velha batedeira
pilando o sono inalterável
das palavras
aterrorizado outra vez
de não amar
de amar e não seres tu
de ser amado e não ser por ti
de saber e não saber e fingir
e fingir
eu e todos os outros que te hão-de amar
se te amarem
3
a não ser que te amem
"O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato
O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço
O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos
O amor comeu minha paz e minha guerra, meu dia e minha noite, meu inverno e meu verão
Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte"
João Cabral de Melo Neto// Cordel do Fogo Encantado
O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço
O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos
O amor comeu minha paz e minha guerra, meu dia e minha noite, meu inverno e meu verão
Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte"
João Cabral de Melo Neto// Cordel do Fogo Encantado
Quando eu tinha uns 3 anos, no quintal de casa, pisei num prego, todo enferrujado, num pedaço de pau velho... Gritei de dor e minha tia Catarina me pegou no colo e correndo passou alcool. Ardeu tanto, tanto, eu gritei mais ainda... e fiquei naquele colo, soluçando por um bom tempo. Ficou uma cicatriz ... Hoje nao tenho mais a cicatriz, nem a dor, mas a lembrança do colo.
13 junho 2007
12 junho 2007
10 junho 2007
Melancolia de desaparecer
Agustin Foxá (Tradução Livre - Bruno Villela -poeta-filósofo-amigo)
E pensar que depois que eu morrer
Ainda surgirão manhãs luminosas,
Que sob um céu azul, a primavera,
Indiferente a minha mansão derradeira
encarnará na seda das rosas.
E pensar que, nua, azul, lasciva,
Sobre meus ossos dançará a vida,
E que haverá novos céus de escarlate,
banhados pela luz do sol poente
e noites cheias dessa luz de prata,
que inundaram minha velha serenata,
quando ainda cantava Deus, na minha frente
E pensar que não posso em meu egoísmo
levar-me ao sol nem ao céu em minha mortalha;
que hei de marchar sozinho até o abismo,
e que a lua brilhará igual
e já não verá daqui meu caixão de palha
Agustin Foxá (Tradução Livre - Bruno Villela -poeta-filósofo-amigo)
E pensar que depois que eu morrer
Ainda surgirão manhãs luminosas,
Que sob um céu azul, a primavera,
Indiferente a minha mansão derradeira
encarnará na seda das rosas.
E pensar que, nua, azul, lasciva,
Sobre meus ossos dançará a vida,
E que haverá novos céus de escarlate,
banhados pela luz do sol poente
e noites cheias dessa luz de prata,
que inundaram minha velha serenata,
quando ainda cantava Deus, na minha frente
E pensar que não posso em meu egoísmo
levar-me ao sol nem ao céu em minha mortalha;
que hei de marchar sozinho até o abismo,
e que a lua brilhará igual
e já não verá daqui meu caixão de palha
09 junho 2007
07 junho 2007
05 junho 2007
então, voltei a escrever besteiras(um blog antigo, blog de nada, ressucitei o coitado.. impulsionada pela destruiçao de mim mesma aparece uma criação pequena, a la picasso, plagio , quase um plagio...um plagio do que eu gostaria de ser um dia ..vc é unico pra dar palpites e pitecos, mas num boteco, com cerveja e agua! bjos
04 junho 2007
louca estava louca ficava quando a caixinha era aberta. tudo que trouxera do mundo externo foi essa caixinha.quando tinha crises, gritava, chorava e saía correndo gritando alguns nomes - dos filhos, de um suposto marido - a forma de acalmar era abrir a tal caixinha - mas ela mesma tinha que abrí-la, nao outra pessoa. se outra pessoa mexesse, ela surtava.
A caixinha era tudo que sobrou de sua vida. a caixinha era oque de melhor ela foi um dia.
um belo dia, como belos tem que ser os finais das histórias, pequenas ou não, um belo dia ela acordou, pegou a caixinha e pos fogo.tomou banho, pois sua melhor roupa, foi na igrejinha do hospital. sentou no banco e disse pra si mesma:
- me libertei .
Acalmou-se. foi melhorando. foi pra casa. e está até hj procurando a caixinha.
A caixinha era tudo que sobrou de sua vida. a caixinha era oque de melhor ela foi um dia.
um belo dia, como belos tem que ser os finais das histórias, pequenas ou não, um belo dia ela acordou, pegou a caixinha e pos fogo.tomou banho, pois sua melhor roupa, foi na igrejinha do hospital. sentou no banco e disse pra si mesma:
- me libertei .
Acalmou-se. foi melhorando. foi pra casa. e está até hj procurando a caixinha.
o velhinho escrevia poemas escondido no fundo da sua casa, próximo a uma arvore perdido que estava em sua atual vida. sua memória afetiva ditava-lhe os textos - era sobre um grande amor de sua meninice, quando ainda acreditava no amor. ele nao sabia q era isso. ele apenas escrevia. depois esquecia. seu grande amor havia morrido de tristeza, de saudades. ele permanecia vivo e preso ao quintal de sua casa.sua mulher o abandonara por um homem mais rico, antes amante. agora era apenas ele e a filha de sua primeira mulher que ainda lhe devotava imenso carinho e via nele a possibilidade de se redimir, um pouco tarde, mas...
a filha olhava carinhosamente pra ele e lembrava da mãe.
a filha olhava carinhosamente pra ele e lembrava da mãe.
03 junho 2007
01 junho 2007
LIVRARIA CULTURA -SP
ENORME ! LINDA !
Mas meu amor nao estava comigo na paulista.Meu amor me aponta o dedo e e a Paz do meu Deus. Meu grande amor me olhou com olhos (eternos) de Jesuscristinho e...
e eu fico a olhar, me perguntando sem querer saber a resposta - onde nos perdemos? e se nos perdemos de nós, quem nos encontrou - encontrou para si mesmo, não para nós. ninguém nos achou. eu nao me achei. me busco no amor perdido apenas - simples assim. objeto de desejo onírico-real no mundo imaginário. choro sempre as mesmas lágrimas de morte, de mortes. sinto tanto.
Meu amor não passei comigo de mãos dadas por Clarice, nem Niobes, nem pelos olhares viajantes de uma galeria. Nenhum artista compactua com nosso amor. agora é minha solidão em mim mesma.
Metrô. fim da linha - prá uns . Pra outros - começa tudo outra vez.
Eu queria partir novamente. RECOMEÇAR A VIAGEM. 29/05/07
ENORME ! LINDA !
Mas meu amor nao estava comigo na paulista.Meu amor me aponta o dedo e e a Paz do meu Deus. Meu grande amor me olhou com olhos (eternos) de Jesuscristinho e...
e eu fico a olhar, me perguntando sem querer saber a resposta - onde nos perdemos? e se nos perdemos de nós, quem nos encontrou - encontrou para si mesmo, não para nós. ninguém nos achou. eu nao me achei. me busco no amor perdido apenas - simples assim. objeto de desejo onírico-real no mundo imaginário. choro sempre as mesmas lágrimas de morte, de mortes. sinto tanto.
Meu amor não passei comigo de mãos dadas por Clarice, nem Niobes, nem pelos olhares viajantes de uma galeria. Nenhum artista compactua com nosso amor. agora é minha solidão em mim mesma.
Metrô. fim da linha - prá uns . Pra outros - começa tudo outra vez.
Eu queria partir novamente. RECOMEÇAR A VIAGEM. 29/05/07
é assim como uma pequena brincadeira-ilusão-dentro de ti mesmo que nasce a desilusão também. brincadeira-jogo de faz-de-conta, que nao faz bem a ninguém. Continuo achando que tudo é um pesadelo e me encontrando cada vez mais num caos desordenado de mim . paga-se o preço por isso. entao nao pague você o preço e na final te comprarão com mil rasgações de seda. e seda escorrega, mesmo a mais pura delas. gosto de texturas.daquelas que nos rasgam a pele. mas são verdadeiras - vê-se as feridas e se diz - ó, nao foi nada. nao quero tua pena-doce-generosa-compartilhada.preferia teu ódio verbalizado, tua raiva exposta e tua partida. nao acredite numa só palavra que escrevo."em verdade vos digo": ainda amo o amor em mim" - sem falsas pretensões - com todas as verdades e desafios que me imponho - mas sózinha nao sou nada nem há desafio. e contigo há uma luta interna, vã e de corpos.e a alma é apenas uma alma- sofrida e esperançosa.
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