31 março 2009

que coisa mais difícil escolher o "preferido" , como a gente escolhe o "melhor amigo", o melhor amante, o melhor filho, o melhor doce? tudo se aglutina dentro da gente,e as preferências passam a ser por ordem de chegada - agora vc esta aqui , meu querido, te amo tanto, daqui a pouco outro estará. ou então - toma-te - cresce em corpo,em alma e me arrebata e me cresce em tamanho gigante, de tal forma que tudo continue menor em mim, ou que ao menos você consiga cobrir com seu tamanho, que seja imensidão e eu nao enxergue através de ti outros que virão. mas delicadeza nesse crescer, me deixa perceber as pequenas magias , alegrias, delícias dos outros, mas faça você a marcação cerrada com esse corpo que busca tantos em ti.

26 março 2009

álbum do orkut de uma ex-aluna:

fotos da cidade que viveu, fotos da casa, fotos da vista do seu quarto...


tão jovem, e ja com saudade de um espaço físico que lhe pertenceu...creia, tenho saudades de tantas casas, me mudei tantas vezes, me apeguei em todas, sabe pq?? pq nossa energia fica lá, atravessando paredes, atravessando a matéria... o que nos encoraja a seguir é saber que mudar é bom, que nada é permanente...e que ... Dias melhores virão... em outras casas, em outros espaços, e muitas vezes, com outras pessoas.. .
Certa vez, passando por uma casa onde tinha morado há mais de 20 anos, estando em obra,pedi autorização para os pedreiros, expliquei que ja havia morado lá, há tanto tempo... subi, e lá chegando, tudo já com outra configuração - externa, mas eu via somente a casa que eu morei - o sofá, a estante, o banheiro bagunçado, o cachorro deitado num canto, entrei nos quartos - as camas, e era como se eu entrasse num túnel do tempo e via meus amigos entrando, saindo, falando - parecia uma piração - eu "escutava" mesmo...
a emoção tomou conta de mim, fui saindo de mansinho, antes que eles pensassem que eu estava louca...
e estava : louca de saudade de uma casa, de um monte de amigos, de uma vida que me pertenceu... e que guardo no baú da memória afetiva.

19 março 2009

17 março 2009

eu roubo pra mim mesmo pedaços do que escrevo pros outros, afinal, eu mesma escrevi...



minha falta de "inspiração" está colada numa tristeza imensa hj,
nesse momento pelo menos.
o bom é saber que tudo passa.
mesmo a nostalgia mais nublada e a vontade insana de ir embora pra Pássargada !!!


faria parte de um poema, de um texto, de uma declaração.
faria - pretérito im-per-fei-to.

faria mesmo um poema
se tivesse inspiração.

com dor, saudade e nostalgia
a gente escreve qualquer bobagem.
nenhuma mulher pode parir alguém .
esse alguém ja vem parido? é construído?

preciso ler as teorias, então...

imaginei que paríssemos humanidade, desejos de felicidade, filhos bons, guerreiros, alegres...
parir, imaginei um dia, deveria ser assim, não é???

mas quando vejo aquelas carinhas de anjo na maternidade
quando vejo aquelas carinhas e aqueles olhinhos tão pequenos
e pego em meus braços alguns, e sinto uma energia tão forte, ao mesmo tempo tão doce
sinto tanta esperança..

mas...pode ser que esteja carregando nos braços Bush, Fernandinho Beira-Mar, Idi, Hitler
e tantos que existiram, que existirão...

mas esqueço por completo , quando vejo o próximo bebezinho,que acabou de nascer.
acho lindo,doce, e que traz toda a esperança do mundo.
lá estavam as irmãs: velhinhas, deitadas
um avc atravessou a vida das duas
as colocou num quarto
cara-a-cara.

e porque nao podiam falar
se olhavam, choravam e dormiam.

se sonhavam??se pensavam??oque pensavam??
só deus sabia.


Para Josefa, minha vó e Noélia,minha tia vó - duas mulatas faceiras transformadas pelo tempo,pelo vento, pela enxada, pelo engilhamento da pele, pelo avc.

Minha vó tinha uns vestidos coloridos, gostava de baile e tinha muitos namorados.
Minha tia Noélia gostava de se encarolar pelas igrejas, toda aprumada em suas rendas , e por onde passava - suspiros .
em pensar que as crianças poderiam ir tranquilamente caminhando até o refeitório, até o parque
ou simplesmente irem ao banheiro sem pedir
brincarmos a tarde toda no parque
desenharmos, nos deitarmos numas almofadas, numa rede, ler histórias uns aos outros
pesquisar quando desejar ou precisar...
ler poesia, ouvir águas de março com elis, com tom, cantar sem tom
brincar de massinha, fazer um bolo nega-maluca
fotografar, filmar, colocar no cd, nos vermos na tv, rir bastante...
e nao chorar pq a mãe ta demorando.
nem ficar triste pq tem que voltar no dia seguinte...

trazer as fotos pra gente ver
trazer um pai pra tocar violão, uma mãe pra cantar
um vô pra se deleitar

e mais milhões de coisas gostosas, legais...
tudo num lugar chamado escola.
e no final, falar simplesmente - tchau BEL ! amanhã eu volto!
  • de carne e osso
    alma e poesia

15 março 2009

MInha lembrança de lá :
- uma janela de chita, minha vó deitada e uma lágrima com sabor de morte, um quintal com uma outra velhinha à minha espreita -"quem é essa menina, comadre josefa? é filha de Helena, é? e que fim levou Helena..??"
Helena não tem fim, sou eu, meus irmãos, meus filhos ...A terra me espera, à espreita de novidade...Eu vou.

13 março 2009

Parir


Mulheres parideiras
de 15, de 20, de 30, de 40

mulheres parideiras de mulheres
que, talvez, parirão um dia

mulheres de barrigão
desfilando um bebê guardado
numa bolsa dágua

mulheres que ficam mais lindas, mais fortes,
às vezes mais lentas...
mas sem dúvida
-repovoando de humanidade e esperança
o planeta azuzinho.

e quando vc pensa que a poesia te salva
sopra o vento
e o café esfria

05 março 2009

Isabel Nascimento
Início > Meu perfil


atualizar cancelar
editar
BANZO - de Onézio, Marias e Noélias...em terras secas e Céu Azul


(numa simples frase, colocar minha saudade imensa, intensa, da minha familia do nordeste. da terra, do chão, do cheiro de frutas. do rádio alto, da rede pra eu me embalar a tarde, do tempo demorando em passar... dos crochês da minha tia Maria, das rezas de Catarina, dos primos na ruinha , dos personagens que vejo, que fotografo, que filmo, das meninas na rua atrás das imagens, da sabedoria plena, lúcida, de meu tio-avô Onézio...das roças, dos pés de caju, dos balancês que a gente encontra nas arvores, andando , simplesmente,de ver minha tia Ana cuidando da minha vó e da minha tia avó - imagine duas irmãs, senhorinhas, com derrame, verem a vida passar deitadas numa cama olhando uma pra outra.
saudades das histórias que vao me contando, cada um conta um pouco, cada um repete mais um pouco, e vão reconstruindo a minha própria história... )


quem sou eu:


"Minha alma tem o peso da luz.
Tem o peso da música.
Tem o peso da palavra nunca dita,
prestes quem sabe a ser dita.'

Clarice Lispector



(COISAS DE ORKUT)

idade:
88

aniversário:
2 outubro
local:
de Brás Cubas, alterado
Brasil
ver perfil inteiro »

02 março 2009

pequeno trecho ode a felicidade translúcida e infinitamente momentãnea
ou - algo a se pensar
ou
renascendo em outros olhos,outro corpo.

ou - como ser feliz um pouquinho esquecendo tamanha tristeza?


sabe a felicidade os olhinhos brilhando e o coração pulsando?
nao que vc nao saiba que isso exista.
vc nao tinha sentido isso ultimamente.
nao que vc verdadeiramente queira sentir ou ache que seja coisa que valha a pena - o sentir.
mas vale, porque afinal, sentir tudo assim, em ebulição, o faria sentir-se vivo.
entao vc olha para o lado, relê o bilhete e pensa - foi mesmo pra mim, enfeitiçado estou.
pára, pensa, mas já é tarde, iludido com a promessa de felicidade, especula que a vida vale a pena. e vale. - ela telefona e pergunta: - tudo bem?
e vc nao tem coragem de responder que a única coisa que mereceria sua melhora é a sua presença, infinitamente maior que um oceano, na verdade, um pedaço de mar.
entao vc diz que está bem, que isso, que aquilo, e nao diz oque gostaria de dizer. e ela tb, atravessada por um espinho no coração que alcança até mesmo a sua garganta, sem poder dizer alguma coisa, diz banalidades e desliga.
e os dois voltam a bailar nas especulações do amor, ou do que poderia ser um amor .
e dormem pensando um no outro. por que assim,definitivamente, não dói.
de um jeito ou de outro
renascer