27 novembro 2008

"A página infinita da Internet
By José Saramago

Acabamos de sair da conferência de imprensa de São Paulo, a colectiva, como dizem aqui.
Surpreende-me que vários jornalistas me tenham perguntado pela minha condição de blogueiro quando tínhamos atrás o anúncio de uma exposição estupenda, a que é organizada pela Fundação César Manrique no Instituto Tomie Ohtake, com os máximos representantes e patrocinadores, e com a apresentação de um novo livro à vista. Mas a muitos jornalistas interessava-lhes a minha decisão de escrever na “página infinita da Internet”. Será que, aqui, melhor dito, nos assemelhamos todos? É isto o mais parecido com o poder dos cidadãos? Somos mais companheiros quando escrevemos na Internet? Não tenho respostas, apenas constato as perguntas. E gosto de estar escrevendo aqui agora. Não sei se é mais democrático, sei que me sinto igual ao jovem de cabelo alvoroçado e óculos de aro, que com os seus vinte e poucos anos, me questionava. Seguramente para um blog."

http://caderno.josesaramago.org/2008/11/25/a-pagina-infinita-da-internet/

22 novembro 2008

Pros fantasmas
Acende uma vela.

E não “estamos budistas” o suficiente pra
Não esperar nada da realidade que nos decepciona.

Lembro de um natal que eu pedi uma boneca
Ganhei outra coisa.
Mas não esqueço da sensação
De esperar por papai Noel na janela

20 novembro 2008

acordo munida de escrita
internamente. madrugada adentro perdida de não-sono,
revirando poemas e frases que nao ouso dizer/escrever
como se um transtorno obsessivo -compulsivo, sim.

caderninho de espelhos ao lado
um livro por terminar
um romance inacabado

pura ficção- ou não.

17 novembro 2008

cena do dia:
um carrinheiro
seu cachorro
a chuva torrencial
- e uma capa de chuva feita com plástico grosso, daqueles de sofá, para o cachorro.

13 novembro 2008

às vezes
as imagens estão coladas a escrita
são altamente inspiradoras -
outras vezes
consome minha criatividade linguística.

04 novembro 2008

eu acreditaria em tudo que me dissessem as cartas de tarot
nao fossem tao ilusórias como meus sonhos e meu maior desejo - de acreditar.
"Não se pode ser infeliz, não se pode morrer em vida, não se pode desistir de amar, de criar. Não se pode: é pecado, é proibido (...) Não é possível adiar a vida"

Caio Fernando Abreu